Tuesday, October 17, 2006

Foi

Subia aquele cume no inferno duma vida
Cheguei mesmo a tempo, a hora foi devida
Trespassado com a lança dum cupido desgraçado
Curtia que a mim tivesse que passar ao lado

Passou, vieste, ficaste e foste para sempre
Não quer dizer que às vezes não me lembre
Daqueles momentos em que pensava só em ti
Eras como o livro que eu nunca li

Parei de sangrar no dia do advento
O dia já não dura, já não bate a lento
Não és nada, és só recordação
Não passas de um erro, má programação

Aumento o meu leque com vinho bem regado
Curtes ao alcance de qualquer desgraçado
Mais um dia na vida deste rei
Aqui e agora não existe lei

Thursday, October 12, 2006

Sorte Grande

Já alguma vez saiu-te a sorte grande? Não me refiro a ganhar a Lotaria e gastá-la em bebida (não) pouco alcoólica, prostitutas de nome Mimi e Sisi e carros potentes para bateres com os cornos na primeira parede que encontrares pela frente, deixando toda a tua herança a alguém que fará tudo que já referi e ainda comprar uma merda dum SMART. O que quero realmente saber é se já alguma vez tiveste amigos? Não meia dúzia de idiotas que fazem de tudo para embebedar à hora marcada, dizer meia dúzia de porcaria e acabar a noite como bebés chorões a cantar as músicas mais deprimentes alguma vez escritas. Amigos, na minha óptica, vem, isto sim, em pacotes de 2 ou 3. Eles dão notícias de tempos a tempos, perguntam-te como estás e realmente esperam para ouvir a resposta. Eles são frontais e honestos, abrem os teus olhos para a realidade, e, acima de tudo, sabem quando tu mais precisas deles. Não sei se sou um felizardo ou apenas mais um ignorante que não quer enxergar. Não sei porque é que estou a escrever este texto a esta hora da manhã. Talvez seja por estar aborrecido, por não ter aulas ou simplesmente por ter saudades de casa. Confesso que está um texto digno de um analfabeto, mas embora seja simples, básico e irregular, é sincero. Meus amigos, meu refúgio.