Um dos maiores enigmas humanos é o da criação. Vezes sem conta questiona-mo-nos sobre o nosso início, a nossa essência, o nosso ponto zero. Mais de uma vez foi me perguntado por meia dúzia de “sobredotados indiscutivelmente correctos” sobre o que veio primeiro – o ovo ou a galinha?
Infectado por estes dilemas filosóficos ponho-me a pensar, chegando sempre à mesma conclusão: quanto mais penso, mais perto estou de uma resposta. É pena que em grande parte das vezes, uma resposta não é mais do que uma construção de fonemas que se ampliou em palavras, e que num momento iluminado acendeu a luz do saber e levou a que proferíssemos estes sons que são a resposta. A sua efemeridade é quase patética. Também o é a vida. Vivemos para quê? Para sorrirmos? Amarmos? Entrarmos em pânico? Saborearmos? Chorarmos? Corrermos? Nadarmos? Será que a vida serve para punirmos? Saltarmos? Dilacerarmos? Será que a vida é boa ou será que é má? Talvez seja o purgatório a um passo do céu. Por outro lado, poderá ser uma mistura de coisas. A vida é o bom, o mau, e o razoável, todos misturados num frasco delicado e libertado na atmosfera como se de um perfume de aroma agridoce se tratasse.
Recordo-me dos dias em que, transpirando puberdade, questionava o mais ínfimo pormenor da vida, como um General ponderando a mais brusca vulnerabilidade na linha inimiga. Preparava o caminho para algo mais. Queria ser Zeus encarnado em mortal franzino e instável, mas com o tempo vejo que os sonhos apenas são atingidos por aqueles que abdicam de algo.
Ligo a televisão num canal nacional em pleno espaço noticioso e dou de caras com o facto de que o maior índice de suicídio no país corresponde maioritariamente a idosos abandonados pelas famílias. Fazendo analogia com a minha realidade, entendo, por fim, que quanto menos somos desejados, maior a probabilidade de cairmos na tentação de tomar a mais corajosa das decisões – o suicídio.
Findo a minha resposta, infestada de fonemas, com a certeza que neste momento não interessa se escolho um trilho em detrimento de outro, se prefiro caminhar na chuva, cantando decibéis pouco ortodoxos, se reconheço em mim qualidades que os outros desprezam com o maior pudor atingível. Nada que digam de nós é importante, o que é realmente de prezar é não desistirmos do que somos, por mais dispensáveis que este mundo supersónico nos faça parecer.
Infectado por estes dilemas filosóficos ponho-me a pensar, chegando sempre à mesma conclusão: quanto mais penso, mais perto estou de uma resposta. É pena que em grande parte das vezes, uma resposta não é mais do que uma construção de fonemas que se ampliou em palavras, e que num momento iluminado acendeu a luz do saber e levou a que proferíssemos estes sons que são a resposta. A sua efemeridade é quase patética. Também o é a vida. Vivemos para quê? Para sorrirmos? Amarmos? Entrarmos em pânico? Saborearmos? Chorarmos? Corrermos? Nadarmos? Será que a vida serve para punirmos? Saltarmos? Dilacerarmos? Será que a vida é boa ou será que é má? Talvez seja o purgatório a um passo do céu. Por outro lado, poderá ser uma mistura de coisas. A vida é o bom, o mau, e o razoável, todos misturados num frasco delicado e libertado na atmosfera como se de um perfume de aroma agridoce se tratasse.
Recordo-me dos dias em que, transpirando puberdade, questionava o mais ínfimo pormenor da vida, como um General ponderando a mais brusca vulnerabilidade na linha inimiga. Preparava o caminho para algo mais. Queria ser Zeus encarnado em mortal franzino e instável, mas com o tempo vejo que os sonhos apenas são atingidos por aqueles que abdicam de algo.
Ligo a televisão num canal nacional em pleno espaço noticioso e dou de caras com o facto de que o maior índice de suicídio no país corresponde maioritariamente a idosos abandonados pelas famílias. Fazendo analogia com a minha realidade, entendo, por fim, que quanto menos somos desejados, maior a probabilidade de cairmos na tentação de tomar a mais corajosa das decisões – o suicídio.
Findo a minha resposta, infestada de fonemas, com a certeza que neste momento não interessa se escolho um trilho em detrimento de outro, se prefiro caminhar na chuva, cantando decibéis pouco ortodoxos, se reconheço em mim qualidades que os outros desprezam com o maior pudor atingível. Nada que digam de nós é importante, o que é realmente de prezar é não desistirmos do que somos, por mais dispensáveis que este mundo supersónico nos faça parecer.