Wednesday, September 06, 2006

Absinto

Tudo em um dia quando sento no meu canto
Cabeça contra a mesa encoberto por um manto
Cheiro a absinto, o meu hálito é de morte
Ninguém acredita que um dia já fui forte

Prefiro iludir-me com promessas de uma vida
Sempre esperei que fosses a saída
Partiste num dia de sol sufocador
Nem esperaste para ver se realmente era amor

O certo é a distância. Quem não vê já não sente
Volto à normalidade. Progrido lentamente
Sofrer é proibido. Ainda não mas falta pouco
Não há homem nesta vida que já não deu em louco

Erros todos fazemos. Os homens exageram
Para o nada vivo sempre. Agitados os que esperam
A noite é doce mel numa boca deslavada
Deus abençoe quem na vida não vê nada

1 comment:

Sunshine said...

Queres dizer quem não sente nada... sim porque quem vê ainda cheira, ainda ouve, ainda sente... por isso ainda sofre.
De certeza que escrevestes este poema enquanto algo bem afiado fazia pressão do teu coração...
Dá para sentir.