Monday, September 18, 2006

Principe de Betão

O tempo passa sempre a voar
Nem dá espaço para um gajo ressonar
Parece que foi ontem que cheguei à ilha
Vou pá merda mais cedo que queria

Um preto pode chamar um preto, preto
Mas um branco não pode chamar um preto, preto
Porque será que somos tão “racistas”?
Tipos de fato que querem tudo às mistas!

Raiva dos sacanas que governam o sistema
Pensam que a rima é um simples teorema
Acham que não vibro com tinta no papel
Curtia vê-los no inferno, descidos de rappel

Viver no limite é tudo neste mundo
Por vezes mais valia um puto nascer surdo
A corrupção é a palavra do dia
Semana, mês, ano, mais seria

Porquê lutar contra as tropas do cacau?
Porquê viver aqui sem fazer cara de mau?
Comédias e Dramas são o mesmo entretenimento
O palco é uma farsa na Cidade do Conhecimento

Não aos charros, não ao fumo
Não ao álcool, tudo isto eu assumo
Se não viveres com a cabeça bem ciente
Estarás num mundo onde não ganha quem não mente

Confia em nada nem em ninguém
Deves pensar que tudo corre bem
Só Deus é que sabe o melhor para nós
É pena ninguém querer ouvir a voz

Curte a vida enquanto estás cá
Nunca saberás quando passares para lá
Não sejas cromo, não sejas banal
Sê criativo, tens dom para tal

A estrofe derradeira é sempre a que fica
Nos poemas dos outros, nos meus nunca estica
Nada que eu faço é em vão
Tudo que digo é de coração

1 comment:

Sunshine said...

O poema precisava mais cabeça e pés... mas algumas linhas estão bem pensadas!

Beijinho,
Sunshine