Tuesday, July 05, 2005

Será?

Há dias em que o melhor que podemos fazer é pegar numa arma e acabar com tudo. Melhor. Com o nada que somos. Acho que a forma mais lógica e racional de assumir o caos da vida é acabando com ela. Matar o mal pela raiz. Estagnar o que nos faz padecer. Não me refiro a nada de concreto, como quem diz, refiro me ao amor, aquele mal estar constante que tenta a todo o custo unir o que é de todas as formas heterogenea e indissocíavel. Maldito o dia em que o cupido decidiu forçar sobre os simples mortais a praga do afecto! Não haverá nada mais sombrio? Claro que ao compará-lo com armas quimicas e biologicas a sua simplicidade pode soar a constrangedora. Todavia, ao subestimá-la estamos a valorizar o nosso cérebro que ao fim de contas não passa de um monte de bosta. Caso não o fosse ajudaria-nos a superar a desgraça do amor. É triste mas verdade. Todos amamos. Quer seja a quem devemos. Quer a quem seja impossível. A amigos, inimigos, belos, feios, ricos, pobres. Este virus não distingue. É surdo, mudo e pior que tudo, cego. Faz nos rir, quase sempre chorar. Faz nos viver, é um eterno sofrer. A nossa vida é tão efemera, porquê passá-la a gostar de alguém? Especialmente alguém que não goste de nós e NUNCA nos merece? É por isso que decidi. Tive a pensar nisto há muito. Finalmente tudo esclareceu-se como um analgésico num corpo intruso. Não volto a amar. Pelo menos até à proxima vez. Até eu estar preparado e ela realmente valer a pena. Acabo o meu texto à beira do precipício do meu apartamento no 5º andar. A minha cabeça pede o salto final. A paz que traria. Apenas os meus pais sentiriam a minha falta a pleno. Aos amigos passaria. Infelizmente não tenho coragem para fazer o sensato. O meu coração impede o desafio às leis de Newton. O amor mantêm vivo a minha tortura. Subsisto até a coragem se unir com a fé em Cristo. Ele ama-me. A minha mãe ama-me. O meu pai ama-me. O resto é pânico e angustia na mente dum pobre. Não material. Mas de espírito.

No comments: